arroz de polvo
ah, a bahia…. mais uma viagem pra ficar na memória e pra me encher de referências gastronômicas. essa receita de arroz de polvo é minha singela homenagem à comida baiana que ganhou meu coração.
em abril passamos 8 dias na bahia, mais precisamente em itacaré. antes de viajar normalmente eu já dou uma pesquisada na culinária local, restaurantes, pratos típicos, isso tudo. porém, apenas uma coisa era essencial: comer a tal moqueca baiana na bahia. logo no primeiro dia seguimos pro almoço no tia deth, um lugarzinho bem simples e super bem recomendado. veio a moqueca. e eu queria mergulhar dentro daquela panela de barro e morar lá para todo o sempre. e aí eu comi o pirão, e por alguns segundos considerei ficar pela bahia mesmo, porque né? chamei o rapaz que nos atendia e perguntei o que tinha dentro do pirão. ele me olhou com uma cara de quem diz: “como assim? é apenas um pirão”. mas ele entendeu meu êxtase e respondeu que o pirão era feito da moqueca da cabeça do peixe (veja bem, não é caldo de peixe, é uma moqueca completa mesmo) com a farofa que é servida junto (com muito tempero e banana). certamente eu nunca vou conseguir descrever aquilo, então se você for à itacaré, passa lá e pede um desses. no dia de voltarmos pra sp fiz questão de voltar lá, mesmo sem fome, e pedir uma porção do pirão com casquinha de siri, não resisti.
os 8 dias em itacaré foram regados a caipirinha e tudo que o mar podia oferecer. voltei com alguns restaurantes preferidos de lá que recomendo super. comemos uma mariscada maravilhosa no pimenta doce, cheia de mexilhões e vôngoles e peixe, coisa fina. já no restaurante mediterrâneo pedimos uma lagosta, que veio servida para duas pessoas. no ponto, suculenta, grelhada, maravilhosa, servida com legumes grelhados. outro lugar que fomos duas vezes foi o marley’s tapas bar. como o nome diz, é um bar de tapas, super simpático, com um cardápio enxuto e super saboroso. na segunda vez fizemos alguns repetecos e provamos mais coisas. o atum selado, o tartar de atum com manga, burger de peixe, fish n’ chips, tudo muito bom!! perguntei pro chef de onde vinha o atum deles e recebi de voltar um “daqui mesmo, de itacaré”. mas nunca na vida eu ia imaginar que itacaré tem atum.
voltei com a missão de fazer uma moqueca para vocês, mas na minha primeira ida à feira me deparei com um polvo maravilhoso. a moqueca virou arroz de polvo, arroz esse inspirado na bahia, com o polvo no ponto, suculento e com muito tempero. uma coisa que eu percebi é que na comida baiana tem muito tempero. um alho? por que não cinco? cebola pequena? não, vamos usar a gigante. e é assim que aquele comida, junto com seus ingrediente típicos (azeite de dendê, leite de côco, pimenta, coentro…) ganha nosso paladar.
enfim, o arroz de polvo ficou maravilhoso e exatamente como eu havia imaginado – cheio de sabores da bahia. esse prato demora um cadinho pra ficar pronto, então você pode usar o polvo de outra maneira, com muita páprica, azeite do bom e um acompanhamento simples. como o polvo é um ingrediente mais caro e um animal, dê todo o valor que ele merece. afinal, ele tem que ser a estrela do prato! nessa receita de arroz de polvo a quantidade é bem generosa, não queremos ninguém catando pedacinhos, certo?
eu já havia ensinado antes aqui a fazer polvo, lá no comecinho do blog. essa é a maneira que eu aprendi a cozinhar o polvo, na panela de pressão. nunca deu errado e ele sempre fica no ponto correto. e eu sempre grelho depois, o sabor fica bem melhor. além disso, o prato foi finalizado com limão também grelhado, que fica super suculento e adocicado.
bom, dessa vez a saudade da bahia virou arroz de polvo, mas prometo que eu ainda faço aquela moqueca.